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Complexo Arqueológico da Villa Romana do Rabaçal
Concurso de Arquitetura  .  Rabaçal  .  2019  .  3º Lugar 
Atendendo ao valor paisagístico do território onde se propõe intervir, a proposta define-se e caracteriza-se primordialmente pelo respeito que demonstra pela paisagem existente. Toda a riqueza natural deste vale, onde se insere a Villa Romana do Rabaçal, eleva a importância e dimensão desta intervenção muito para além dos limites do património edificado. É enquadrado nesta lógica de valorização e preservação paisagística que surgem as duas primeiras intenções base deste projeto: metamorfose do conjunto edificado com a paisagem, permitindo um impacto mínimo na perceção do vale como organismo singular, e elevação de grande parte do programa e principais percursos pedonais para um nível aéreo, permitindo que a intervenção ao nível do solo seja mínima e pontual.
O resultado é um conjunto de quatro volumes com cobertura ajardinada autóctone que “levitam” junto à zona das ruínas e comunicam entre si a partir de uma rede de passadiços que fazem a ligação entre os vários programas e o território envolvente. Quando observado do cimo da localidade da Chanca, o complexo será apenas reconhecido pelas suas fachadas em pedra calcária irregular, que à distância, funcionarão como anéis de cor clara que pairam subtilmente sobre o território.
 
Como forma de finalizar toda a experiência propõe-se, na continuidade do percurso em direção a Norte, uma marcação ao nível do solo, com pedra calcária, que de forma muito subtil conduz o visitante num derradeiro e simbólico deambulo até ao ponto naturalmente mais elevado do complexo, o qual é pontuado com um pequeno auditório de contemplação da paisagem. O Complexo Arqueológico da Villa Romana do Rabaçal assume-se, desta forma, como um organismo vivo, disposto a adaptar-se à paisagem existente e a transformar-se com ela, valorizando e respeitando o território com todos os elementos naturais e edificados que o compõe e caracterizam. A visita a este local deixa de ser apenas uma visita às ruínas, assumindo uma dimensão expressa pela experiência que funde a interpretação de um passado cristalizado com a vivência de um património paisagístico em constante transformação.
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