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Walk and Talk - Azores
Concurso de Arquitetura  .  Açores  .  2020   

Esta é uma proposta que vive do contexto. Contexto cultural, programático, temporal, mas também, e essencialmente, do seu contexto físico e espacial. Uma praça desafiante, com inúmeras condicionantes, mas à qual esta proposta se recusa virar a costas.

A resposta nasce de um ponto. Um novo ponto, de encontro, de partida, de chegada, mas acima de tudo de confluência artística. Do ponto nasce a curva. Inscrita numa circunferência, vem gerar uma nova centralidade que se estabelece a partir desse ponto e em relação aberta com a praça. A curva será o gesto forte deste pavilhão, ganha vida e corpo, suficiente para gerar percurso e espaço, velocidade e pausa, walk and talk.

Da centralidade faz-se a descentralização, o foco de acontecimentos passa para a curva e, de repente, habita-se a praça e a curva em simultâneo, numa lógica de continuidade que privilegia o uso da curva como parte integrante da praça, e o uso da praça como uma continuidade da curva. É no coração desta curva que tudo acontece, um grande espaço coberto dotado de um palco central, com a flexibilidade suficiente para albergar todas a principais dinâmicas do festival, onde se fala, canta, come, dança, joga (…). Não menos importante são os braços desta curva, que abraçam a praça, encaminham o visitante e providenciam o suporte necessário à sinalética e comunicação do festival, bem como à fixação de outras expressões artísticas diversas, como se de uma galeria de arte ao ar livre se tratasse.

 

Assim se consubstancia este organismo, que sem qualquer fixação ao solo ou a qualquer outro elemento da praça, assume-se despegado e efémero, ainda que aparente pela sua atitude, ser parte indissociável desta praça.

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